domingo, 25 de setembro de 2011

HISTÓRIA DE SÃO VICENTE DE PAULO


27 de setembro – 
São Vicente de Paulo

                A França no século XVII se elevara à categoria de primeira potência da Europa, impulsionada por um ideal de grandeza nacional, mas devastada pelas guerras e revoluções internas. Apesar de ter sido o século de Luís XIV, o Rei Sol, foi de fato o século das grandes misérias: crianças abandonadas, prostituição, pobreza e ruínas ocasionadas por revoluções e guerras, além da ignorância religiosa das populações rurais e o estado lamentável de boa parte do clero.
                Neste triste quadro da situação social e religiosa da França, Deus suscitou um grande apóstolo, um dos santos mais extraordinariamente fecundos da igreja: São Vicente de Paulo.
                Nasceu de família pobre, em 1581. O pai, observando com satisfação as excelentes qualidades de espírito do filho, fez os maiores sacrifícios para lhe favorecer os estudos eclesiásticos, como era desejo de Vicente.
                Ordenado sacerdote, trabalhou como vigário numa pequena paróquia rural; aí viveu em contato com tantas misérias materiais e morais, que lhe abriram o espírito para sua futura vocação de apóstolo e organizador de grandiosas obras sociais.
                Numa viagem entre Marselha e Narbone, Vicente caiu em poder dos piratas que o venderam como escravo em Túnis, na África. Com grande humildade, o santo aceitou esta provação e sujeitou-se aos pesados trabalhos que lhe impusera. Pela força de sua bondade e oração, conseguiu converter do islamismo ao cristianismo seu próprio patrão que o colocou em liberdade. Dois anos durou seu cativeiro e voltou para sua pátria com ânimo novo para colocar-se à disposição das misérias humanas.
                É difícil sintetizar em poucas linhas a múltipla operosidade de São Vicente. Destaquemos, porém, algumas de suas iniciativas de maior relevância: a evangelização dos colonos, a reforma do clero, as obras assistenciais, a luta contra o jansenismo.
                Pastor sensível aos problemas pastorais, deu-se com empenho à pregação nos meios rurais, onde grassava lamentável a ignorância religiosa. Com um grupo de colaboradores, instituiu a Congregação da Missão ou dos Lazaristas. Estes padres eram obrigados a emitir o voto especial de se consagrarem à evangelização dos pobres. Contudo, além das missões populares, tornaram-se beneméritos por sua obra de direção dos seminários para formação do clero.
                Com Santa Luísa de Marilac, Vicente enfrenta o problema da miséria, fundando a sociedade das Filhas da Caridade, conhecidas popularmente como Irmãs Vicentinas. Com esta instituição, a caridade tão múltipla de São Vicente se tornou organizada. A congregação vicentina dedica-se ao serviço dos abandonos, dos órfãos, dos velhos, dos inválidos, das moças em perigo, dos doentes. Talvez seja esta a instituição cristã dedicada à pura caridade de maoir extensão geográfica e no tempo. As 37 mil Irmãs de Caridade que trabalham hoje em leprosários, orfanatos, hospitais, manicômios, escolas, asilos, etc. continuam a presença de São Vicente até o dia de hoje.
                O livre acesso de São Vicente nos palácios dos grandes foi-lhe de imensa ajuda no seu apostolado. Ele sabia tirar do rico para dar aos pobres, não pela força mas pela persuasão.
                Por fim, não se pode avaliar o empenho de São Vicente em opor um dique à triste corrente espiritual de seu século, o jansenismo, que com seu rigorismo e pessimismo resfriava a espiritualidade católica.
                São Vicente morreu riquíssimo de méritos, no dia 27 de setembro de 1660. Seu nome continua vivo como padroeiro das obras de caridade no mundo inteiro. Foi canonizado pela Igreja, não como simples filantropo mas como um santo que levou a sério a mensagem cristã de que o amor a Deus e ao próximo andam de mãos dadas.

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