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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Vida, dom e compromisso

 A grave questão da descriminalização de aborto de anencéfalos não pode deixar a sociedade brasileira, suas instâncias e cidadãos em paz. O caminho interpretativo adotado não pode ser entendido como uma verdade sobre a vida, que precisa ser incondicionalmente respeitada. O poder de decidir não é, em si, a verdade na sua inteireza. Aquela importante cena do Evangelho de São João narrando a paixão e morte de Jesus Cristo, quando o Senhor da vida contracena com Pilatos, que o condenou à crucificação ouvindo o clamor do povo mostra isso.

Nesse mesmo Evangelho conhecemos a revelação que Jesus faz de sua identidade quando diz ser o caminho, a verdade e a vida. Sua missão o revela não como simples intérprete de sentimentos, tentando conciliar situações, identificando-as como respeito a um direito de decidir, mesmo que este ‘respeito’ signifique ferir a integridade e a liberdade de um indefeso, um inocente. Se a análise é necessária como caminho em busca da verdade, é indispensável também ajuizar os critérios e princípios de interpretação adotados para que não se comprometa o dom da vida.

Oportunamente, assinala o Bem-aventurado João Paulo 2º na carta encíclica Fé e Razão, de 14 de setembro de 1998: “No âmbito da investigação científica, foi-se impondo uma mentalidade positivista, que não apenas se afastou de toda a referência à visão cristã do mundo, mas, sobretudo, deixou cair qualquer alusão à visão metafísica e moral. Por causa disso, certos cientistas, privados de qualquer referimento ético, correm o risco de não manterem, ao centro de seu interesse, a pessoa e a globalidade de sua vida”. A crise atual do racionalismo compromete, incontestavelmente, muitos critérios interpretativos que são adotados em decisões de grande impacto, com tendências a relativizar, particularmente, a importância dada a quem não tem voz para se defender.

Os critérios usados para elaborar pareceres decisórios, como nesta questão grave do aborto de anencéfalos, parecem ceder a lógicas bafejadas por relativismos que não consideram os sentimentos de todos os envolvidos. É preciso continuar ecoando nas consciências que as deficiências não diminuem a dignidade da vida humana em gestação. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em posicionamento para reafirmar o compromisso com a moral cristã católica, em nota, sublinha que os princípios da inviolabilidade do direito à vida, da dignidade da pessoa humana e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação, conforme determina a Constituição Federal, referem-se também aos fetos anencefálicos.

Ora, não respeitar a vida é porta aberta para desrespeitar os outros direitos. A descriminalização de aborto de fetos anencefálicos será, sem dúvida, entrada para a desqualificação da pessoa humana, podendo justificar práticas contra doentes e indefesos. Nossa posição precisa ser permanentemente reafirmada, não admitindo relativizações. A vida tem que ser acolhida como dom e compromisso, mesmo quando seu percurso natural for presumivelmente breve. Portanto, em qualquer circunstância, provocar a morte é crime.
Como é possível admitir que uma legislação possa tornar lícito o que é intrinsecamente ilícito? Não matarás é um importante mandamento da Lei de Deus. Exige fidelidade daqueles que creem. A Igreja Católica não pode fazer concessões quanto ao entendimento dos mandamentos de seu Mestre e Senhor, Jesus Cristo, que veio “para que todos tenham vida e vida em abundância”. O esplendor da verdade que brilha em todas as obras do Criador cintila especialmente no homem criado à imagem e semelhança de Deus.

Este princípio é inegociável e exige incondicional obediência de todos, especialmente dos que professam a sua fé em Cristo, o Salvador. É indispensável continuar a reflexão e a luta pela vida. Os critérios interpretativos usados para justificar votos que permitem a descriminalização de abortos de fetos anencefálicos precisam ser confrontados com os ensinamentos da Igreja Católica, propiciando o conhecimento e a argumentação de verdades fundamentais que não podem ser deformadas ou até negadas. Há um patrimônio moral que não pode ser desconhecido ou suplantado por certas concepções antropológicas e éticas, que desconectam a liberdade humana de sua relação essencial com a verdade. A comunidade cristã está convocada a continuar esta importante luta a favor da vida.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

FONTE: Jornal Opnião Online Edição 1194 -
30 de abril a 6 de maio de 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Saúde pública: pontos centrais

No percurso deste ano, a Campanha da Fraternidade vai deixando algumas referências bem claras que constituem critérios básicos para iluminar o conjunto da problemática da saúde pública. A primeira destas referências se expressa na proposta da universalidade no atendimento à saúde. Os serviços de saúde precisam ser pensados em função de todos os cidadãos.

Todos têm direito ao sistema público de saúde. Esta é a ideia básica, subjacente ao SUS. Para definir um sistema justo de saúde é preciso pensá-lo em função de toda a sociedade. A saúde é tão importante, que não é possível uma pessoa se sentir membro da sociedade, com direitos de cidadania, se não conta com a segurança dos serviços públicos de saúde.

Esta primeira referência, do direito universal ao sistema público de saúde, fundamenta a segunda, que se refere aos recursos financeiros, que precisam ser destinados pelo Estado em favor do sistema público de saúde.


Se o direito é tão evidente e fundamental, ele requer condições mínimas indispensáveis para o seu atendimento. Ele não pode ser frustrado por falta de recursos financeiros. A consistência do direito postula a garantia de recursos. Mas este capítulo dos recursos inclui uma advertência muito oportuna e muito realista. Não basta o Estado colocar recursos à disposição do sistema de saúde pública. Estes recursos precisam ser bem repartidos, bem aplicados, com critérios que levem em conta a diversidade de serviços prestados por tantas pessoas ligadas ao sistema, como os profissionais da saúde, com sua diversidade de funções. Além disto, é preciso ter presente a indispensável atualização dos equipamentos, a conservação e melhoria dos prédios, sempre em vista de oferecer melhores condições da prestação de serviços em favor da saúde pública.

Com esta realidade pela frente, podemos fazer ideia da necessidade de recursos que deveriam ser colocados à disposição da saúde pública pelo Estado e, também, por beneméritas instituições da sociedade que assumem a causa da saúde.
Estes dois pontos centrais, a universalidade de atendimento e a destinação adequada de recursos, ficarão incompletos se não chegarmos a outro ponto indispensável. Trata-se da humanização de todo o sistema de saúde pública.


O que transforma o ambiente de um hospital, pequeno ou grande, ou de um posto de saúde, na periferia ou no centro, é a maneira como os pacientes são acolhidos e tratados. Muitas vezes o melhor remédio é a acolhida carinhosa que o paciente recebe.

Sem a humanização do sistema de saúde, a doença será sempre um pesadelo, e o hospital um espantalho. Com um pouco de humanidade no relacionamento com o doente e seus familiares, o ambiente se transforma e se enriquece de sentimentos positivos, que acabam sendo a parte mais importante de todo o receituário.

No capítulo da humanização do sistema de saúde, também entram os recursos. Porém de outra ordem. São recursos que enobrecem as pessoas, seja pelo serviço que prestam, como profissionais ou voluntários, seja pelo apoio efetivo à causa da saúde ou pelo conforto dado aos pacientes; mas dado também aos profissionais da saúde e a todos os que assumem a causa da saúde, colaborando no que lhes é possível.

A saúde é tão importante que sua causa envolve todos nós. Quanto mais esta causa for assumida, mais garantias teremos de melhorar nosso sistema público de saúdede.

Dom Demétrio Valentini
bispo de Jales (SP) e presidente da Cáritas Brasileira

Jornal Opinião Online
Edição 1189 - 26 de março a 01 de abril de 2012


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Vampiros de energias
 

Todos nós os conhecemos, sabemos como são, como se vestem, como agem e seus propósitos: sugar o sangue de suas vítimas, pois só assim sobrevivem. Esses são os vampiros dos filmes, seres errantes de capa preta e grandes dentes, ávidos por sangue, que andam pelas sombras em busca de suas vítimas.

Mas existe um tipo de vampiro que convivemos diariamente - os vampiros de energia. Eles podem ser nosso irmão, marido ou esposa, empregado, amigo, vizinho, gerente do banco, ou seja, qualquer um do nosso convívio. Eles roubam energia vital, comum no universo, mas que eles não conseguem receber.

Mas, afinal, por que estas pessoas sugam nossa energia?

Bem, em primeiro lugar a maioria dos vampiros de energia atua inconscientemente, sugando a energia sem saber o que estão fazendo. Isso acontece porque elas não conseguem absorver as energias das fontes naturais e ficam desequilibradas energeticamente.

Quando essas pessoas bloqueiam o recebimento destas energias naturais (ou vitais), precisam encontrar outras fontes mais próximas, que nada mais são do que as pessoas ao redor. Na verdade, quase todos nós, num momento ou outro da vida, quando nos encontramos em um estado de desequilíbrio, acabamos nos tornando vampiros da energia alheia.

Como identificar e combater essas pessoas?

1. Vampiro cobrador: cobra sempre, de tudo e todos. Quando nos encontramos com ele, já vem cobrando o porquê não lhe telefonamos ou visitamos. Se você vestir a carapuça e se sentir culpado, abrirá as portas. O melhor é usar de sua própria arma, cobrando de volta e perguntando por que ele não liga ou aparece. Deixe-o confuso, sem tempo para retrucar e se retire rapidamente.

2. Vampiro crítico: crítica tudo e todos, e o pior que é só critica negativamente. Vê a vida somente pelo lado sombrio. A maledicência tende a criar na vítima um estado de alma escuro e pesado, que abrirá seu sistema para que a energia seja sugada. Diga 'não' à suas críticas e nunca concorde com ele. A vida não é tão negra assim. O melhor é cair fora e cortar o contato.

3. Vampiro adulador: o famoso puxa-saco. Adula o ego da vítima, cobrindo-a de elogios falsos, tentando seduzi-la. Muito cuidado para não dar ouvidos ao adulador, pois ele espera que o orgulho da vítima abra as portas da aura para sugar a energia.

4. Vampiro reclamador: reclama de tudo e de todos. Opõe-se a tudo, exige, reivindica, protesta sem parar. O mais engraçado é que nem sempre dispõe de argumentos sólidos e válidos para justificar seus protestos. A melhor tática é deixá-lo falando sozinho. 
5. Vampiro inquiridor: sua língua é uma metralhadora. Dispara perguntas sobre tudo e não dá tempo para que a vítima responda. Na verdade ele não quer respostas, mas sim desestabilizar o equilíbrio mental da vítima, perturbando seu fluxo de pensamentos. Para sair de suas garras, não se ocupe à procura de respostas. Reaja fazendo-lhe uma pergunta bem pessoal, contundente e procure se afastar assim que possível.

6. Vampiro lamentoso: são os lamentadores profissionais, que anos a fio choram suas desgraças. Para sugar a energia da vítima, ataca pelo lado emocional e afetivo. Chora, lamenta-se e faz de tudo para despertar pena. É sempre o coitado, a vítima. Corte suas lamentações dizendo que não gosta de queixas, pois elas não resolvem situação alguma.

7. Vampiro pegajoso: investe contra as portas da sensualidade e sexualidade da vítima. Parece um polvo querendo envolver a pessoa com seus tentáculos. Ele suga a energia seduzindo ou provocando náuseas e repulsa. Nos dois casos você estará desestabilizado e vulnerável. Invente uma desculpa e fuja rapidamente.

8. Vampiro grilo-falante: a porta de entrada que ele quer arrombar é o seu ouvido. Pode falar durante horas, e enquanto mantém a atenção da vítima ocupada, suga sua energia vital. Para livrar-se invente uma desculpa, levante-se e vá embora.

9. Vampiro hipocondríaco: cada dia aparece com uma doença nova. É desse jeito que chama a atenção dos outros, despertando preocupação e cuidados. Enquanto descreve os pormenores de seus males e conta seus infindáveis sofrimentos, rouba a energia do ouvinte, que depois sente-se péssimo.

10. Vampiro encrenqueiro: para ele o mundo é um campo de batalha onde as coisas só são resolvidas na base do tapa. Quer que a vítima compre sua briga, provocando nela um estado raivoso, irado e agressivo. Esse é um dos métodos mais eficientes para desestabilizar a vítima e roubar-lhe a energia. Não dê campo para a agressividade, procure manter a calma e corte laços com este vampiro.

Bem, agora que você já conhece como agem os vampiros de energia, livre-se deles o mais rápido possível. Mas, não esqueça de verificar se você, sem querer é obvio, não faz parte dessa lista...

Vera Caballero, jornalista, orientadora metafísica e professora de bioenergias e proteção psíquica