sexta-feira, 25 de novembro de 2011

TEMPO DO ADVENTO
"Lá vem ele, trazendo a salvação!"

Tudo na vida requer preparo. Tem gente que se prepara uma vida inteira para se casar. Outros se preparam, treinando arduamente, para vencer uma competição esportiva. A preparação exige esforço e mudança, além disso, é Lá vem ele, trazendo a SALVAÇÃO! Um treino que antecipa o acontecimento. Uma espécie de ensaio, no qual se antevê a cena. Como alguém que já se alegra na arrumação da casa para a chegada de uma pessoa amada.
Está todo mundo esperando. É de tanta esperança que se faz o humano. Somos feitos disso: desejo, súplica, anseio, esperança. No fundo, no fundo, temos uma lacuna que nos faz gemer para o Eterno pedido ajuda: “Vem, Senhor, nos salvar! Vem sem demora nos dar a paz!”. Mas como é a chuva para a terra seca, ou como o sol é para a roupa no varal, toda espera tem o seu objeto esperado, desejado.
E quando se realiza esse encontro entre o desejo e a realização, entre a espera e o esperado, entre o vazio e aquele que plenifica, dá uma alegria incontida no peito. Uma mistura de festa com ternura e de boas emoções que solidificam uma certeza: valeu a pena! Foi bom ter esperado! Mas como toda festa não tem fim, a alegria não pára por aí.
Temos de contar para os outros, afinal foi bom demais! Não dá para ficar guardando uma coisa dessas! É assim mesmo esse tempo que se aproxima: no Advento, uma espera, um desejo, uma abertura. Como a flor que se abre para a visita da borboleta, o copo na mão pedindo água, uma jarra solitária à espera da rosa. Eis que chega e se realiza o sonho. O sol trouxe luz e calor, do céu desceu a chuva para molhar aterra seca, e o silêncio terno anuncia que tem alguém no berço que estava vazio. Natal se faz. E para todos que se achegam, curiosos com a novidade, um anúncio. Olhos arregalados e brilhantes falam ,propagam, divulgam essa boa notícia. Epifania: divulgação que faz sair aquele que está enrolado em paninhos. Tudo para mostrar um grande sinal, um estrondoso acontecimento: Deus se fez gente!

Segunda parte do Advento

Ele já veio uma vez
Os dois domingos do Advento que precedem o Natal estão orientados para a primeira vinda do Senhor.
É o chamado Advento natalino. Os textos da liturgia e das Sagradas Escrituras expressam essa espera do Senhor que um dia nos visitou em nossa história.
O terceiro domingo do Advento, também conhecido como domingo Gaudete (alegria), funciona como um aperitivo do Natal. Nesse domingo já se anuncia essa chegada como causa de alegria para a comunidade. É como alguém que encontra o visitante no meio do caminho e corre na frente para avisar em casa: “Ele está chegando!”. Esse anúncio alegre contagia a todos e os prepara para uma acolhida mais calorosa e aconchegante.
O quarto domingo do Advento, às portas do Natal, a comunidade é convidada a acolher aquele que vem ao seu encontro. A figura de Maria simboliza a Igreja inteira à espera do Salvador.
Maria é a terra fecunda para acolher a semente do Reino, a imagem do povo da antiga Aliança na espera do Messias. O modelo de Maria, sua abertura, sua espera e sua acolhida, nos movem ao encontro da salvação que vem no Natal.



Coroa do Advento
O que é:


A coroa do Advento é um sinal importante deste tempo que, como todo símbolo, nos fala forte através dos seus elementos: círculo, da luz, ramos e das ações simbólicas que a compõem. Pode ser feita de diversas formas, desde que mantenha os elementos essenciais. Algumas comunidades fazem coroas grandes, por causa do tamanho da assembléia, outras fazem a coroa no chão, outras com a base de metal ou de madeira. Isso tudo pode variar conforme as possibilidades, as necessidades e a criatividade da comunidade.

Elementos essenciais
1.A forma circular – Sem começo e sem fim. A circularidade está ligada à perfeição. O redondo cria harmonia, junta, une. Lembra ainda, para nós, que somos integrantes de um mundo circular,onde o processo do universo e da vida é cíclico: o ciclo do ano, do tempo,o ir e vir da história, sempre marcado pela presença daquele que é a Luz do mundo.
2. As velas – Nos países do norte da Europa, durante o inverno, as noites são mais longas que os dias e a luz do sol brilha pouquíssimo, quando não fica totalmente escondido pelas nuvens. Por isso, lâmpadas, velas são indispensáveis e muito apreciadas. Mesmo para nós, que somos cumulados com a luz do sol,a luz da vela tem muito significado.
3. No Advento, a cada domingo acende-se uma vela da coroa. De uma a uma, a luz vai aumentando, até chegar na grande festa da Luz, que proclama Jesus Cristo como Salvador, Sol do nosso Deus que nos visita, que arma sua tenda entrenós (Cf. Jo 1, 1-14).
4. Quanto à cor das velas, normalmente é usada a vermelha que, em quase todas as partes do mundo, tem o significado do amor. No Brasil, somos marcados profundamente pelas culturas indígenas e afras, onde o brilho das cores, da festa, da dança, da harmonia com o universo, está presente de uma maneira esplendorosa e reveste as celebrações. Dessa forma, temos o costume de utilizar, na coroa, velas coloridas, uma de cada cor. Não ajuda muito associar a cor das velas com temas (penitência, esperança, alegria...). O que importa é a luz.
5. O verde – É sinal de vida. Nem tudo está morto, há esperança. Mesmo nos países tropicais, quando tudo está seco, sedento, com a chuva a vida brota, tudo fica verde e traz a esperançados frutos e anuncia a vida.

Origem
A coroa surgiu na Alemanha, no século XIX, mais exatamente nas regiões evangélicas, situadas ao norte. Os colonos, para comemorarem a chegada do Natal, a noite mais fria do ano, acendiam fogueiras e sentavam se ao redor. Mais tarde, não podendo acendê-las dentro de casa, tiveram a idéia de tecer uma coroa de ramos de abeto (uma espécie de pinheiro), enfeitando-a com flores e velas. No inverno rigoroso dos países frios, todas as árvores perdem suas folhas, somente os pinheiros resistem,sendo, dessa forma, um sinal de que a natureza não morreu totalmente. No início do século vinte, os católicos adotaram o costume de colocar a coroa nas suas igrejas e casas. No Brasil, o uso certamente provém dos missionários que vieram da Alemanha, ou de brasileiros que, tendo conhecido o uso da coroa na Europa, a introduziram nas comunidades.

Recomendações
É preciso manter os elementos essenciais (forma circular, ramagem natural, quatro velas). Sem eles, a coroa perde sua característica, deixando de ser a coroa do Advento. Não utilizar elementos artificiais!Folhagens de papel ou de plástico e pisca-pisca não são símbolos, pois não são verdadeiros. Para Deus, apenas o natural, o belo, o verdadeiro. É preciso ritualizar! Fazer um bonito rito de acendimento, como o proposto abaixo. Sem ritualizar, a coroa se tornará apenas um belo enfeite... (veja o rito que propomos no quadro abaixo)

Releitura
No Brasil, o Advento acontece em pleno verão, quando a luz do sol e o calor estão em seu ponto máximo de atuação. Bem diferente de onde surgiu a coroa. Muitas folhagens, por aqui, criam cores diferentes justamente por causa da luz do sol. Quando plantadas na sombra, elas permanecem verdes. Usar este tipo de ramagem evocaria bastante nossa vegetação e enraizaria este belo símbolo do Advento!
Rito de acendimento da coroa do Advento
(Alguém da coroa se aproxima com uma pequena vela acesa – no lugar de fósforos, isqueiros etc. – e acende a vela correspondente. Até aqui o grupo decanto pode entoar um mantra: “Senhor, nós te esperamos!”, ou “Teu sol não se apagará”, ou outro. Quando já tiver acendido a vela, o canto é interrompido e a pessoa bendiz a Deus dizendo:) Bendito sejas, Deus das promessas, porque iluminas as nossas vidas com a luz de Jesus Cristo, teu Filho, a quem esperamos com toda ternura do coração. Amém. (Todos cantam novamente o refrão.)

Obs.: O Bendito seja feito com expressividade. A pessoa que acende a vela e bendiz a Deus o faça erguendo os braços, olhar dirigido para Deus e coração em sintonia com a oração. Decorar o texto é essencial!

FONTE: CAL BH ( Comissão Arquidiocesana de Liturgia – BH )

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