Encontrão de Formação para Catequistas
O encontro teve inicio às 8 horas, na Comunidade Santo Antônio e contou com a presença de 43 catequistas das pastorais da Catequese infantil, crisma e batismo.
Após a oração inicial, todos refletiram o texto:
Dez coisas que os catequistas deveriam saber antes de começar na catequese
escrito por Alberto Meneguzzi -Livro Paixão de Anunciar
1ª – Você está sendo convidado para uma missão e não para uma simples tarefa que qualquer um executa. Encare a catequese como algo sério, comprometedor, útil. Suas palavras e suas ações como catequista terão efeito multiplicador se forem realizadas com ânimo e compromisso;
2ª – Sorria ao encontrar seus catequizandos. Um catequista precisa sorrir mesmo quando tudo parece desabar. Execute sua tarefa com alegria e não encare os encontros de catequese como um fardo e ser carregado;
3ª – Se no primeiro contratempo que aparecer você desistir, é melhor nem começar. A catequese, assim como qualquer outra atividade, apresenta situações difíceis. Mas que graça teria a missão de um catequista se tudo fosse muito fácil? Seja insistente e que sua teimosia lhe permita continuar nesta missão e não abandonar o barco na primeira situação adversa;
4ª – Torne os pais de seus catequizandos aliados e não inimigos. Existem muitos pais que não querem nada com nada na catequese. Mas procure centrar o seu foco naqueles que estão empolgados, interessados e são participantes ativos. Não fiquei apenas reclamando as ausências. Vibre com as presenças daqueles que são compromissados com a catequese e interessados pela vida religiosa de seus filhos;
5ª – Lembre-se sempre que você é um catequista da Igreja Católica. Por isso você precisa defender as doutrinas e os ensinamentos católicos. Alguns catequistas que se aventuram da tarefa da catequese, as vezes, por falta de preparo, acabam fazendo, nos encontros, um papel contrário aquilo que a Igreja prega sobre diversos assuntos. Isso é incoerência das maiores;
6ª – Não esqueça da sua vida pessoal. Por ser catequista, a visibilidade é maior. Então cuide muito dos seus atos fora da Igreja. Não precisa ser um crente, mas é preciso falar uma coisa e agir da mesma forma. A incoerência nas ações de qualquer cristão, passa a ser um tiro no pé;
7ª – Saiba que você faz parte de um grupo de catequistas e não é um ser isolado no mundo. Por isso, se esforce para participar das reuniões propostas pela equipe da sua catequese. Procure se atualizar dos assuntos discutidos e analisados nestas reuniões. Esta visão comunitária é essencial na catequese. Catequista que aceita a mudar catequese e acha que o seu trabalho é apenas com os encontros, está fora de uma realidade de vivência em grupo;
8ª – Freqüente a missa. Falamos tanto nisso nos encontros, reuniões e retiros de catequese e cobramos que os jovens e os pais não freqüentam as celebrações no final de semana. O pior é que muitos catequistas também não vão à missa. Como exigir alguma coisa se não damos o exemplo?
9ª – Seja receptivo com todos, acolhedor, interessado. Mas isso não significa ser flexível demais. Tenha regras de conduta, acompanhe a freqüência de cada um de seus jovens, deixe claro que você possui comando. Fale alto, tenha postura corporal nos encontros, chegue no horário marcado, avise com antecedência quando precisar se ausentar, mantenha contato com os pais pelo menos uma vez por mês. Você é o catequista e, através de você, o reino de Deus está sendo divulgado. Por isso, você precisa não apenas “aparentar”, mas ser catequista por inteiro;
10ª – Seja humilde para aprender. Troque idéias com os seus colegas catequistas. Peça ajuda se for necessário. Ouça as sugestões e nunca pense que você é o melhor catequista do mundo. Não privilegie ninguém e trate todos com igualdade. Somos apenas instrumentos nas mãos de Deus. É Ele quem opera quem nos conduz e, através de nós, evangeliza. Seja simples, humilde e ao mesmo tempo forte e guerreiro para desempenhar a sua missão.
Após um delicioso lanche,feito pela comunidade Santo Antônio,
a turma se dividiu em grupos para refletir otexto
Como lidar com os tipos de indisciplina no dia-a-dia da Catequese
a turma se dividiu em grupos para refletir otexto
Como lidar com os tipos de indisciplina no dia-a-dia da Catequese
Solange Maria do Carmo
Os textos foram retirados do livro
"Elementos de Didática na Catequese"
Como lidar com os tipos de indisciplina - O Violento
É certo que, na hora de analisar a questão disciplinar, cada caso é um caso. Pessoas e circunstâncias são diferentes. Mas podemos enfocar alguns tipos mais comuns, só para ajudar a compreendê-los e a lidar com eles.Geralmente, a criança indisciplinada apresenta várias destas características ao mesmo tempo.
O violento
É um tipo agressivo que mexe com todos e só pensa em brigar e mostrar força. Não só provoca dentro do encontro, mas depois também. O violento é uma pessoa que não sabe lidar com o seu temperamento explosivo. Ás vezes, é também problemático e sem educação. O problema maior é que uma criança violenta acaba provocando mais violência, despertando agressividade nos outros e oprimindo os que são mais comedidos e recatados.
O catequista precisa intervir logo. Não deixe haver brigas dentro do encontro, em hipótese alguma. Chame a atenção energicamente e com voz forte. O catequizando violento e agressivo precisa saber que ali dentro da sala quem manda é o catequista, que ali está alguém mais forte do que ele, que ele está diante de alguém que tem autoridade. Então, exerça sua autoridade no melhor estilo. E não se importe em fiar bravo, se o objetivo for desencorajar a violência. Fora do ambiente do encontro seria muito bom se fosse possível também evitar brigas e ameaças. Ás vezes, é possível solucionar a violência de outra forma, não brigando. O catequista pode ajudar, descobrindo o motivo da violência. Há vários casos:
a) Um menino (ou menina) mais forte que bate em outro mais fraco, só para mostrar força. Nesse caso, aja com rigor. Mostre que você é mais forte do que ele. Se for o caso, acompanhe esse menino até a sua casa. Mas atenção: acompanhe o mais forte e não o mais fraco. O catequista não deve dar uma de protetor dos fracos, porque isso humilharia ainda mais. Se é para acompanhar, acompanhe o problemático, mais para mostrar autoridade do que compaixão. E não tente conversar com os dois juntos.
b) Duas pessoas querem brigar para decidir algum impasse ou desacordo que surgiu entre elas. Nesse caso, às vezes uma conversa com os dois juntos, mas em particular ajuda a resolver. Tente encontrar um modo inteligente de resolver o impasse. Sem precisar de usar de violência.
c) Duas pessoas querem brigar porque um humilhou o outro de forma excessivamente provocante. Talvez você possa conversar em particular com o que foi humilhado, ajudando-o a superar a humilhação sem vingança. Ajude-o a se colocar acima das provocações e a na se igualar a quem o provocou. Convença quem humilhou a pedir desculpas. Pedir desculpas, é um gesto terapêutico que diminui muito a violência e, pelo seu valor pedagógico tem que ser ensinado.
Mal-educado
É fácil perceber quando a criança é sem educação mesmo – problema que, como já diz o ditado, “vem do berço”. O mal-educado não sabe respeitar nada, nem ninguém. Interrompe quando não deve, faz más-criações, age com grosseria. Nesse caso, é preciso mostrar energia. Repreenda-o com firmeza, mas com educação. Ao conversar em particular, seja firme e não dê tréguas. E, mesmo diante da turma, não tenha medo de chamar sua atenção. Quando o problema for falta de educação, não dê “gelo”, não ignore. É preciso “pegar no pé” desse catequizando, sem se tornar excessivamente implicante.
Mal-humorado
É outro tipo difícil. É fechado, calado e azedo. Normalmente, é antipatizado pela turma, costuma ter poucos amigos. Dá meias respostas, com extrema má vontade. Pode se tornar aborrecido e agressivo. Não gosta de cantar, de rezar, de ouvir, nem de participar de nada. Odeia fazer gestos e atividades. Às vezes é do contra: fica sentado, quando deveria estar de pé. Fica em pé, quando deveria estar sentado.
É difícil abordar esse tipo. Diante da turma, costuma ser melhor tratá-lo com indiferença, dar um “gelo”. Em particular, é preciso tentar conhecê-lo para conquistar pelo menos um pouco de sua confiança. Pode ser uma pessoa que vive chateada e entediada, passando por problemas, e pode estar indo à catequese por mera obrigação. Se suas atitudes azedas estiverem causando um clima ruim na turma, chame a atenção em particular. Com muita simpatia, tente convencê-lo de que assim não dá. Se for problemático, tente ajudar. Se você conquistar sua simpatia, você terá ganhado a batalha.
É um tipo que se aproveita das situações para aprontar. Gosta de esconder suas “macaquices”, põe a culpa nos outros. Fique atento:não deixe ele enrolar você. Veja tudo. Se for o caso, coloque-o em um lugar onde possa ser visto. Não permita que se esconda, ficando longe de você. Ele se difere do avacalhador por gostar de se esconder.Às vezes, tem atitudes bastante inconvenientes. Ao dar as mãos, belisca o colega. Quando vai dar o abraço da paz, joga o colega no chão. Retira a cadeira para o outro cair no chão, enfia o dedo no olho do companheiro, passa a mão nas pernas das meninas. É, enfim, um brincalhão que incomoda toda a turma com as suas brincadeiras de mau gosto. E a turma, ao invés de prestar a atenção no catequista, ficará de olho no mal intencionado, para não cair em seus golpes.
É preciso muito tino para controlar esse tipo. Se ele for simpático à turma, é preciso competir com a sua simpatia, evitando o mau humor. Se suas ações já incomodam a turma e ele se tornou uma pessoa malquista pelos colegas, aproveite-se disso. Converse em particular e o ajude a ser engraçado sem incomodar. Mas não o impeça de ser engraçado e simpático, porque é isso que ele quer e não consegue.
Não deixe que ele forme turminhas dentro da turma. Ele terá uma enorme tendência a isso, pois, não podendo agradar a todos, tentará arrebanhar alguns adeptos. E os colegas aceitarão ser amigos dele para ficar livres de suas brincadeiras de mau gosto. Desmanche as turminhas, isole o líder. Coloque-o perto de você. Quando for rezar em dupla, reze com ele; quando for dar as mãos, dê as mãos a ele. E fique de olho o tempo todo.
Uma atenção especial se deve ter quando o catequizando começa a exagerar nas brincadeiras que envolvem sexualidade, como baixar as calças ou passar a mão aqui ou ali, ou falar disso, soltando palavrões etc. Nesse caso, não reprima mas oriente. Se o fenômeno for isolado, converse em particular. Se for generalizado, converse com a turma toda. Não tenha medo de conversar sobre sexo, colocando no nível da turma e usando expressões que eles usam. Por trás dessas brincadeiras está o desabrochar da sexualidade, um momento de grande importância e curiosidade para as crianças. E, às vezes, isso acontece com crianças relativamente novas. Ao conversar sobre isso, diga claramente que compreende a curiosidade da criança, mas que não é lá muito elegante e de bom tom sair por aí passando a mão onde não se deve ou levantando saia de menina. Não é dessa forma que se conquista uma garota. Mostre aos meninos a importância de não serem deselegantes.
O Engraçadinho
É o palhacinho da turma. Faz todos rirem na hora mais inadequada. Basta um olhar dele, ou careta para a turma achar graça. Aos poucos, vira o centro das atenções e ganha destaque. Usa suas artimanhas para conquistar seu espaço e colher a atenção da turma. Se parar de fazer gracinhas, perderá sua extrema simpatia. O que fazer?
Se forem brincadeiras inocentes, encontre uma forma de conviver com ele. Tente estabelecer momentos de fazer graça e momentos de ficar sério. Não o repreenda duramente em público, pois a turma o incentivaria a continuar só para provocar você. Não é bom que o catequista seja rabugento neste caso. Ao contrário, a solução é ser bem humorado. Às vezes, você pode até rir também. Com isso, você conquista a simpatia do “engraçadinho”. E lembre-se: ele só vai respeitá-lo se aprender a admirá-lo. Ele pode se tornar seu aliado ou o seu inimigo. Vai depender de seu jogo de cintura.
Se as brincadeiras estão ultrapassando certos limites, tenha uma conversa em particular. Nessa conversa, brinque e seja amável. Mostre que é bom que ele seja simpático, mas que é preciso ter cuidado para não passar dos limites. Mostre claramente quais são esses limites e tente chegar a um acordo com ele. Se, depois, ele se esquecer de cumprir o acordo, chame a sua atenção com o olhar. Ou de forma bem humorada. De preferência, ao chamar a sua atenção, seja mais engraçado do que ele.
Outra coisa, veja como a turma reage ao “engraçadinho”. Se suas brincadeiras já começam a incomodar, então é hora de mudar o seu estilo. Mas nunca perca a simpatia da turma por causa do engraçadinho.
O avacalhador
É um “engraçadinho” desajeitado. Quer ser simpático e acaba avacalhando tudo. Vai brincar e acaba causando grande confusão. Tolere a simpatia, mas não aceite a avacalhação. Se for preciso, chame a atenção com certa energia, mas nunca com a mesma energia com que você se dirigiria, por exemplo, ao violento. Se ele é simpático diante da turma, tome cuidado. Ás vezes, para controlar as suas trapalhadas, você acaba perdendo a simpatia da turma. Isso não vale a pena.
Se for possível de modo amigável, coloque a turma contra ele e a seu favor. Isso pode ajudar. Se for conversar em particular, melhor ir com jeito. Seja firme, mas simpático. Conquiste a sua amizade, faça-o admirar você. Tente descobrir, mas sem perguntar diretamente, o porquê das suas “avacalhações”. Ele pode estar desmotivado, pode ser um problemático bem-humorado, pode ser tímido e carente, pode ser egocêntrico e estar acostumado a ser o centro das atenções. Conhecendo as razões, será possível compreendê-lo melhor. É um caso em que se indica uma conversa, por exemplo, com o Padre se a questão complica, para de acordo com a pessoa, tentar uma solução.
Problemático
É a criança que apresenta indisciplina por estar por estar passando por problemas. Normalmente, os problemas vêm de família. É preciso ter em vista, no entanto, que nem todas as crianças indisciplinadas são simplesmente problemáticas. Mas a criança pode estar atravessando uma fase difícil de sua vida.: problemas familiares, problemas na escola, divergência com amigos, problemas de saúde – tudo isso pode fazer diminuir o interesse e a concentração do catequizando.
O problemático é meio imprevisível: às vezes, torna-se agressivo e violento; outras vezes, faz greve de silêncio; outra resolve ser do “contra” – quando todos sentam, ele fica em pé; quando todos se levantam, ele se senta.
Para saber se a criança age assim por causa de problemas, é preciso que o catequista a conheça bem. Aí está o primeiro desafio. Importante também é saber que, mesmo estando com problemas, a criança precisa saber se comportar. Então, o catequista não permitirá um comportamento que prejudique o encontro. No entanto, se for possível dar um “gelo”, sem comprometer o encontro, e, depois conversar em particular, isso pode surtir efeito. Por exemplo, se o catequizando não quer cantar, deixe-o calado. Depois em particular, tente ter uma atitude simpática, numa conversa amigável com ele.
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